Costumo dizer que, como não posso por agora viajar faço-o através das fotografias dos meus amigos. Esta é de Amesterdão, cidade que adorava conhecer. Cidade que tem colada a canção de Brel:
"Dans le port d'Amsterdam Y a des marins qui boivent
Et qui boivent et reboivent
Et qui reboivent encore
Ils boivent à la santé des putains d'Amsterdam
De Hambourg ou d'ailleurs
Enfin ils boivent aux dames qui leur donnent leur joli corps qui leur donnent leur vertu Pour une piéce en or (...)Et ils pissent comme je pleure sur les femmes infidéles Dans le port d'Amsterdam Dans le port d'Amsterdam."
Amesterdão lembra-me ainda "A Obra ao Negro" de Marguerite Yourcenar, que li quando tinha 17 anos e reli mais tarde. É diferente ler um livro aos 17 e outro aos 30. Naquela altura esse livro foi para mim uma revelação, intensa, verdadeira, difícil e irresistível. Senti ao lê-lo o que muito dificilmente voltei a sentir lendo o que li ultimamente. Não sei se por ser essa época da nossa vida em que sentimos tudo a dobrar, em que a vida é desesperadamente emergente e temos o coração e o espírito em constante busca de desafios. Mas naquela altura, aquele livro fez-me entender o que foi o século XVI, o desejo complexo de um homem em não ser apenas isso, o tumulto de uma época em que a verdade deixou de ser um paradigma e um dogma e assumiu um carácter mais volúvel à medida da humanidade de quem a questiona. Gosto de épocas em que se rasgam as folhas antigas dos livros decrépitos, em que se abandonam as mãos firmes do absoluto axioma e se caminha livremente. Admiro incondicionalmente quem tem a coragem para o fazer, quem ousou desafiar a estabilidade e o conforto dos fios seguros que nos ligam à vida. Gosto de pensar que isso é possível e que alguém foi bem sucedido ao concretizá-lo.
Senti-me um Zenão(personagem principal), senti que cresci ao ler as páginas deste livro, que ele fez de mim uma pessoa melhor e maior, ensinou-me mais sobre a vida e aquela época do que anos de aulas de história. E quando o reli voltei a imaginar como seria Amesterdão e sonhei que um dia qualquer poderia lá ir concretizando esta vontade irreal que nasceu com A Obra ao Negro. Se puderem leiam, é magnífico, difícil, não é de adoração imediata, dá luta, mas vale tudo isso.
"Dans le port d'Amsterdam Y a des marins qui boivent
Et qui boivent et reboivent
Et qui reboivent encore
Ils boivent à la santé des putains d'Amsterdam
De Hambourg ou d'ailleurs
Enfin ils boivent aux dames qui leur donnent leur joli corps qui leur donnent leur vertu Pour une piéce en or (...)Et ils pissent comme je pleure sur les femmes infidéles Dans le port d'Amsterdam Dans le port d'Amsterdam."
Amesterdão lembra-me ainda "A Obra ao Negro" de Marguerite Yourcenar, que li quando tinha 17 anos e reli mais tarde. É diferente ler um livro aos 17 e outro aos 30. Naquela altura esse livro foi para mim uma revelação, intensa, verdadeira, difícil e irresistível. Senti ao lê-lo o que muito dificilmente voltei a sentir lendo o que li ultimamente. Não sei se por ser essa época da nossa vida em que sentimos tudo a dobrar, em que a vida é desesperadamente emergente e temos o coração e o espírito em constante busca de desafios. Mas naquela altura, aquele livro fez-me entender o que foi o século XVI, o desejo complexo de um homem em não ser apenas isso, o tumulto de uma época em que a verdade deixou de ser um paradigma e um dogma e assumiu um carácter mais volúvel à medida da humanidade de quem a questiona. Gosto de épocas em que se rasgam as folhas antigas dos livros decrépitos, em que se abandonam as mãos firmes do absoluto axioma e se caminha livremente. Admiro incondicionalmente quem tem a coragem para o fazer, quem ousou desafiar a estabilidade e o conforto dos fios seguros que nos ligam à vida. Gosto de pensar que isso é possível e que alguém foi bem sucedido ao concretizá-lo.
Senti-me um Zenão(personagem principal), senti que cresci ao ler as páginas deste livro, que ele fez de mim uma pessoa melhor e maior, ensinou-me mais sobre a vida e aquela época do que anos de aulas de história. E quando o reli voltei a imaginar como seria Amesterdão e sonhei que um dia qualquer poderia lá ir concretizando esta vontade irreal que nasceu com A Obra ao Negro. Se puderem leiam, é magnífico, difícil, não é de adoração imediata, dá luta, mas vale tudo isso.
Obrigada pro me incluíres.... Um dia destes ainda lá vamos as duas !!! Lá ou a outro lado qualquer!!
ResponderEliminarAbraço apertado!
Cris