quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A noite que era para ser a ver um filme II


Esta noite eu era outra vez o Ninguém. Um resto de mim arrastava o peso deste corpo. Este resto olhava em volta e não via nada, só o resto preso às coisas que não fiz. As coisas que mandam neste resto e o carregam. Eu era só o resto e o Ninguém.
Nesta noite não vimos o filme, porque ainda outra vez as palavras tomaram conta do tempo e de nós. Nesta noite rimos muito da vida e ela de repente era leve e eu já não era apenas o ninguém, era a esperança iluminada de um dia a viajar.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

LHASA DE SELA - ADIEU


Só o silêncio, esse silêncio estúpido.

E como quem atira uma pedra dizemos adeus.

Inevitável e agonizante. Adeus.

O que fazemos com este vazio? Tentamos é certo, tentamos.

Numa obsessão fatal de conseguirmos. Conseguiremos?

Adeus.

Cola-se a nós como uma sombra e em nós permanece, cronicamente faz parte de nós.

A Lhasa e a um amigo a quem dissémos adeus.