quinta-feira, 25 de junho de 2009

A cabeça das crianças

Mamã!Mamã!Quem montou a minha cabeça??Quem?
A mãe olha e pensa, quem o quê?
A tua cabeça não é a dos bonecos!Os meninos nascem das barrigas das suas mães e crescem lá dentro, percebes?
Não acho que não percebe por volta à carga como é habitual quando a resposta não lhe agrada(engraçado que há adultos que ainda guardam estes tiques de criança...)
Não. Quem montou a minha cabeça?Quem montou a minha cabeça?Quem montou a minha cabeça?
Mas já te disse que a tua cabeça não é como a dos bonecos de brincar, é uma cabeça de pessoa, de criança como a minha. E, como já te disse, as crianças nascem da barriga das mães e crescem lá dentro, entendes?
Ahhhhh, Ah, ah, ah ã ó mamã tu és tão gira, és mesmo engraçada, dentro da barriga...., és mesmo gira......
Está bem já percebi que não vale a pena...
Quem montou a minha cabeça, diz lá??????????

A VIDA EM MUDANÇA

Alguém disse uma dia:"por vezes temos que nos perder para nos encontrar"... Eu já me perdi inúmeras vezes mas em muito poucas me soube encontrar, acho que só uma vez e digamos que ainda só encontrei metade.!(ainda estou a caminho...)
Perder implica mudar e mudar dá muito trabalho, é preciso sacudir o pó, deitar fora os trapos velhos, subir e descer escadas, achar que sim e depois achar que não, não saber e saber, desejar e não querer...e no meio disto tudo encontrar o que vale a pena. E o que é essa coisa que vale a pena onde finalmente nos encontramos?Não sei. Lamento mas ainda estou no esboço, ainda me engano muitas vezes e ainda caminho com andas. Só que desta vez não lamento ter-me perdido porque no meio do nada surgiu tanta coisa. Eu achava que isto era conversa fiada de quem nunca tinha sofrido nada, mas não é. Virarmo-nos do avesso não é só mau, digo isto com propriedade, porque me aconteceu, e não quero voltar àquele tempo em que eu não era o que sou hoje, gosto muito mais de mim assim. Não quero mesmo. Por isso, por vezes temos que dizer adeus a essas vidas e criar novas, e no meio de tanta dor, descobrir o tempo, as pessoas e os caminhos, porque eles chegam, estão lá, nós é que não estamos.
A Uma Pessoa em Mudança, FORÇA e bem vinda à imperfeisssão!

sábado, 20 de junho de 2009

JOSÉ LUIS PEIXOTO



Leio sem descanso José Luís Peixoto. Leio e não consigo parar. O que, aliás me tem acontecido com todos os seus livros.
Comecei ao contrário, como começo muitas vezes, muitas coisas, na vida(gosto de ir ler o fim dos livros, mesmo que não perceba nada porque ainda não li o princípio, gosto de ler as dedicatórias das músicas antes de as ouvir, enfim criatura por demais imperfeita no seu reino). Assim, a minha estreia deu-se com o “Cemitério de Pianos”. Não por razão nenhuma profunda. Ouvira aqui e ali coisas sobre JLP. Lera umas entrevistas, etc…E, confesso aqui, gostei imenso do título, esta é a mais pura e verdadeira verdade. Achei que alguém que escolhe este título para um livro merece ser lido. Bem sei que as duas nem sempre andam aliadas, mas neste caso aconteceu.
Por isso foi um começar de alma aberta, sem recomendações, ou ideias feitas vindas de criticas literárias (que raramente leio porque a linguagem é tão hermética, tudo é tão profundo e perfeito que fico sempre sem saber se o livro vale ou não a pena…e o que escrevo não pretende ser qualquer crítica).
Comecei assim e depois já não parei mais, “Nenhum Olhar”, “Cal” e agora, “Uma Casa na Escuridão”. Ainda não li toda a sua obra, mas vou ler.
JLP chegou até mim numa altura em que quase não lia nada de novo, além de trabalho e jornais. Estava desencantada com os livros e com quem escreve. E já li muito, muitas coisas, umas melhores, outras piores. Mas agora só leio o que verdadeiramente me atrai, aquilo que acho que me encanta, e já não me importo de iniciar um livro e não o acabar. Se ele não me apaixona, abandono-o, sem dó nem piedade. A vida é muito curta e o tempo precioso para se perder com textos que me enfadam. E, assim, acordei para uma revelação, tal e qual. Descobrir JLP foi como abrir uma cortina e deixar entrar a luz. A sua escrita é de uma emoção incontida de uma verdade autêntica que fico parada depois de ler uma página e outra, pasmada a reler e a pensar que as suas palavras, as suas ideias, por vezes surreais, mostram de uma forma completa o que é a vida e o que podemos sentir em dado momento sem que jamais o consigamos verbalizar desta forma.
Gostei muito de “Cemitério de Pianos”, mas deslumbrei-me mesmo com “Nenhum Olhar”. Como é possível alguém escrever com tamanha verdade? Como é possível uma imaginação tão grande, inovadora. Acabo de ler um livro dele e apetece-me voltar ao início, e isto só me sucedeu com muito poucos autores. Acontece-me ainda com o meu autor Maior, aquele que faz parte de mim e que muitos odeiam mas por quem eu tenho uma admiração quase imortal, Vergílio Ferreira. Era este o meu padrão máximo quando comecei a ler JLP. E ele criou a mesma alegria, o mesmo desejo parvo de escrever acerca das coisas palavras por si escritas, de as repetir e revelar, não como se fossem minhas como é óbvio, mas uma vontade enorme de o citar a propósito de nada.
Não gosto muito de analisar até à exaustão as obras que leio, aborrece-me estar a adivinhar o que alguém sentiu quando escreveu, só escrevo sobre o que a escrita provoca em mim, correndo o risco de o seu autor pensar que não imaginou que tal fosse possível. Ele é quase o meu autor Maior, ainda não é porque no que à sua escrita diz respeito ainda estou a caminho mas não vou parar e voltarei a ele aqui mais à frente.
NOTA:mais uma foto lindíssima de "underskin"

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O REGRESSO

VOLTEI....
Este foi um momento de absoluta falta de ideias. O vazio total, estava cheia de vazio, tão cheia que não havia espaço para mais nada a não ser a falta de tudo! Nada preenchia nada, nenhuma emoção, nenhum desejo só uma pasmaceira gigante. A vida foi correndo indolente e idêntica e eu fiz o que faço todos os dias dentro de um enorme vazio. Não sei muito bem se ele vai continuar aqui, espero que não, não é que se sinta muito a falta mas eu fico melhor quando venho aqui. Acho que isto faz parte de mim, criatura por demais imperfeita...tenho pouca disciplina e pouco tempo para estar sozinha que é quando escrevo melhor. E pouco tempo para olhar a vida com outros olhos, pouco tempo ou falta de disciplina, ou culpa, medo e remorsos idiotas???Vou voltar a isto, até já...