terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Don't haunt this heart (Texas)




Atravesso a rua e sei que naquela janela, naquela janela,
os olhos atrás da franja,
os olhos que falam mas não se ouvem, ficaram naquela janela quando
se fez noite e não te vi mais,
o som suave atrás de mim, a passar ao meu lado atrás da franja, à minha espera e depois
só isso, o silêncio das palavras que nunca vieram.
Nesse dia, saí de casa e segui o mesmo caminho, mas a rua parecia deserta e eu não ouvia nada,
ignorei os sinais, porque faziam parte de ti, havia dias em que simplesmente não existias,
devia ter pressentido, devia, que aquele silêncio era sombrio e que o calor era frio e chovia.
Nunca mais desci a rua a pé mas há dias em que pareces estar à minha espera,
atrás da franja, da janela, atrás dos olhos e dos outros.