sábado, 24 de julho de 2010

A IMPERFEIÇÃO


Gosto do imperfeito, mas quero a perfeição.
Gosto da imperfeição dos outros, dos caminhos sem sentido, dos defeitos, dos corpos que apenas o são, dos que deixam na vida uma marca qualquer.
Gosto do que não faz sentido e que tudo une. Gosto da imperfeição mas agonizo com a minha.
Quando se instala fecho todas as portas e agonizo à espera.
Conto e revejo todos os erros, e os ses que devia ter convertido em actos e que deixei para trás.
Tortura-me o que fica por dizer. A vida fica suspensa à minha espera.
E o que deixei de fazer, a imperfeição do que fiz condenam tudo e como uma névoa não vejo bem.
Regresso à viagem circular.
Mas gostei daquele fim de tarde,
porque há tanto tempo
não nos sentávamos na praça a falar de nós.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

MISSING THESE DAYS



Hoje lembro-me daqueles dias e sinto falta.

O tempo e a ausência desfiados explicam

o que os outros

deixam em nós de único e nosso.

Este tempo abstracto onde estamos e não damos conta.

E quando esse tempo se concretiza e se impõe, acordamos finalmente

para a importância desses momentos nos dias que largamos.