
Havia um barco pequeno ao largo da ilha de mim. Dei por ele quase sem querer num dia em que não se via nada. As nuvens cobriam toda a atmosfera e o sol parecia ter desaparecido para sempre. De repente no meio de nada vi aquele barco. Parei e olhei em volta, achei que tinha saído daquela tormenta e entrado num lugar qualquer que existiria apenas fora de tudo. Voltei a olhar, mas via apenas o barco. Tudo o resto desaparecera. As pessoas, o mundo. Era só eu e aquele barco que de um momento para o outro se aproximou de mim, tocou-me levemente como quem chama a atenção de quem nada vê. Olhei para ele e lembro-me de ter pensado que estaria a dormir, tudo era estranho, denso, e no meio do nada aquele barco.
Pensei que fosse para subir, mas de cada vez que tentei ele afastou-se. Apeteceu-me virar-lhe costas e continuar a tentar abrir a porta do nevoeiro. Mas havia algo nele que não me deixava, queria definitivamente dizer-me qualquer coisa.
E eu, olhando para ele de longe, e ele atrás de mim a empurrar-me.
Queria urgentemente acordar.
Doía-me o corpo como se me espetassem facas, queria deixar-me cair em qualquer lado e aí ficar, queria voltar para dentro da neblina, sabia que esse não era o caminho, mas queria lá voltar. Sabia que por ali iria ter àquele lugar sombrio, acidentado, mas doentiamente sedutor.
Este barco tinha qualquer paz, que eu no meio de tanta guerra, desconhecia. E continuava ali, como alguém a olhar para e por mim. Subitamente, ao pé dele a vida mudava de cor, tudo parecia tão fácil, tão calmo e sereno. Devia ser bom, mas por que razão me assustava?
E eu insistia em subir e ele persistia em não me deixar.
Até que percebi. Percebi que não havia nada de mal ali, era apenas um mundo que eu desconhecia junto a algo que nunca experimentara.
Ele queria apenas navegar ao meu lado, queria que eu andasse com ele ao meu lado, mas que fosse eu a caminhar. Deixei-me ir, junto a ele, caí muitas vezes e ele, ao de leve e subtilmente, levantou-me.
Pensei que fosse para subir, mas de cada vez que tentei ele afastou-se. Apeteceu-me virar-lhe costas e continuar a tentar abrir a porta do nevoeiro. Mas havia algo nele que não me deixava, queria definitivamente dizer-me qualquer coisa.
E eu, olhando para ele de longe, e ele atrás de mim a empurrar-me.
Queria urgentemente acordar.
Doía-me o corpo como se me espetassem facas, queria deixar-me cair em qualquer lado e aí ficar, queria voltar para dentro da neblina, sabia que esse não era o caminho, mas queria lá voltar. Sabia que por ali iria ter àquele lugar sombrio, acidentado, mas doentiamente sedutor.
Este barco tinha qualquer paz, que eu no meio de tanta guerra, desconhecia. E continuava ali, como alguém a olhar para e por mim. Subitamente, ao pé dele a vida mudava de cor, tudo parecia tão fácil, tão calmo e sereno. Devia ser bom, mas por que razão me assustava?
E eu insistia em subir e ele persistia em não me deixar.
Até que percebi. Percebi que não havia nada de mal ali, era apenas um mundo que eu desconhecia junto a algo que nunca experimentara.
Ele queria apenas navegar ao meu lado, queria que eu andasse com ele ao meu lado, mas que fosse eu a caminhar. Deixei-me ir, junto a ele, caí muitas vezes e ele, ao de leve e subtilmente, levantou-me.
Para a Micha, com toda a amizade, por me ter ajudado a ser o que sou hoje.