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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
MINHA ALMA É FREAK..............
Conclusões de fim de semana(conjuntamente pensadas):
Minha alma é freak embora por fora não se note;
Há alturas em que é preciso deixar de ter caixas arrumadas só para ver;
É bom voltar ao passado tendo nós feito as pazes com ele, falando dele não como uma casa assombrada, mas dando-lhe o devido valor!
domingo, 27 de janeiro de 2013
CAIXAS
Trago-te comigo
cada dia.
Caixa arrumada e
fechada, sem mágoa, para olhar e relembrar o que vale a pena.
Como se te visse
da janela, ao longe, à distância das memórias boas
Estavas lá
sossegada, fazias parte de mim, sim, mas imóvel, tocada apenas, por vezes, pelo
pensamento, e rapidamente guardada no seu lugar.
Uma caixa
fechada sem chave mas arrumada, na lógica pacífica da vida, no seu lugar.
Não posso dizer
que não me apeteça abrir-te e deixar tudo cair no chão, agitar-te e andar
contigo aos tombos, retirando-te da ordem sossegada e segura que dita o que
somos, quando tem que ser.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
""Só sou verdadeiro onde sou feliz, no meu lugar mágico, substantivo, tremendo. Quando se apagam as luzes da noite é mais noite ainda. Como se nos encaminhássemos para a eternidade, para a paixão desmesurada pelo silêncio. Então crescem-me os braços através da linguagem, as palavras adoçam, a cada momento, estrelas e frutos de cores limpas e arrebatadas. E vem aí o verão, outra vez." Joaquim Pessoa, "Ano Comum"
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Incomodam-me as pessoas a quem temos constantemente de recordar os limites do seu espaço,
a fronteira das suas palavras.
Incomoda-me porque me invadem,
porque não percebem o outro,
o outro é o estendal da roupa para sacudir
o pó e a caixa para atirar almofadas.
Incomoda-me sobretudo que não percebam
esta invasão e que a indignação seja uma
surpresa, porque são sempre muito bem intencionadas.
O outro é que não.
a fronteira das suas palavras.
Incomoda-me porque me invadem,
porque não percebem o outro,
o outro é o estendal da roupa para sacudir
o pó e a caixa para atirar almofadas.
Incomoda-me sobretudo que não percebam
esta invasão e que a indignação seja uma
surpresa, porque são sempre muito bem intencionadas.
O outro é que não.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Eu sabia que os
reencontros com os verdadeiros amigos são quase sempre uma partida ganha, e que
quando eles me acontecem fico maior, melhor, cheia de esperança e a achar que a
vida até é fácil.
Aquele lugar-comum
que sempre dizemos “voltamos a estar juntos como se nunca nos tivéssemos
separado”, merece ser vivido, merece ser dito, merece ser engrandecido.
A mim tem-me
acontecido com alguma frequência, porque hoje sou eu de outra maneira.
Esta música é
para eles, que me abriram novamente a porta como se ela nunca se tivesse
realmente fechado.
terça-feira, 10 de abril de 2012
OS SILÊNCIOS - INGMAR BERGMAN
Há silêncios ensurdecedores,
enchem de pó e sujidade as mãos que os tocam,
Há silêncios que deviam ser escondidos,
destapados abertos,
esvaziados.
A estes silêncios devia dar-se o sentido das palavras,
e deixá-los imóveis submersos
longe dos outros, dos que são precisos
e que fazemos nossos.
domingo, 1 de abril de 2012
NÓS AS MÃES
Nós as mães fazemos aquelas
figurinhas tristes de roer as unhas como se não houvesse amanhã(as de gel e as
outras)
Apertamos as mãos a torcer para
que tudo corra bem, para que ninguém caia, para que as piruetas sejam
perfeitas, não haja esquecimentos e para que o próximo passo seja o ideal.
Nós as mães fechamos os olhos a
meio do salto como se isso fosse um elixir mágico que irá tornar o desempenho
perfeito, ou quase.
O coração bate descompassado e a
tremer, queremos ver tudo, mas também queremos que acabe depressa para que
finalmente possamos soltar a adrenalina e respirar fundo.
Nós as mães de repente somos
cabeleireiras, sem nunca termos tido qualquer intuição para pentear cabelo, cosemos
sapatilhas sem nunca termos sabido dar um ponto, corremos de madrugada a fazer
lanches e a preparar a roupa.
Nós as mães somos uma totós
quando olhamos para elas/eles corajosos que enfrentam uma sala cheia, e deixamos
as lágrimas correr desabridas, borratadas e a dada altura já nem queremos saber
choramos porque sim e porque não, porque eles/elas fazem parte e nós e uma
parte de nós está a crescer e a dar luta ao mundo.
Não aguentamos tanta comoção, o
coração extravasa e tem que ser.
Chamem-me o que quiserem, mãe galinha,
mãe chorona, mãe vaidosa, mãe possessiva, quero lá saber, vou chorar sempre e
sempre que algum dos meus filhos mostre ao mundo o que vale e concretize um
desejo.
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